novembro 18, 2015

Entender ou compreender?

Tem coisa na vida que não conseguimos entender o porquê das coisas.

E olha que tem muitos porquês que não sabemos por que... Inclusive sobre as regras de gramática, por que tem que ter tantas opções para o porque???

Risos graciosos a parte e um lembrete que saber o básico da gramática é essencial, a questão é entender e compreender a vida.

Já ouvi e já senti certa revolta quando parece que as pessoas menos merecedoras são agraciadas de prendas da vida, as quais ao nosso (ou a meu ver) deveriam ser direcionadas a outras pessoas, que poderiam apreciar muito mais a dádiva ou sem dúvida nenhuma, teriam muito mais qualidades que mereceriam esses momentos.

 Então, por quê?

Por que pessoas recebem essas graças? Por que tem acesso a uma vida melhor? Por que consegue coisas que outros precisam desesperadamente? Ou almejam com a mesma intensidade?

Injustiça? Obra do acaso? Vale sempre a lei do mais forte ou do mais esperto?

Como entender essas situações?

Duvido que eu tenha argumentos para explicar ao ponto do entendimento, já que todas as observações sobre o assunto não teriam acompanhamento além do argumento em si.

O jeito é compreender. E como base da compreensão, percebi durante as minhas mais de 5 décadas , que as chamadas recompensas da vida por vezes vão de encontro às pessoas por alguns motivos:

- essas pessoas precisam de algo que não conseguiriam alcançar, como um teste da vida para que realmente se posicionem perante o mundo;

- a necessidade de algo material é tão grande, que enlouqueceriam sem isso, prejudicando ainda mais a vida ao seu redor;

- não possuem nada mais do que esses bens materiais, são vazias e precisam de algo para preencher a si mesma, senão “boiariam” pela vida, atrapalhando o navegar das pessoas que sabem do seu rumo e por onde navegar;

- não conseguem alcançar um sentimento verdadeiro e pleno, então precisam de pessoas amáveis e abnegadas, que os abasteçam de amor, mesmo que seja uma doação unilateral.

Ou seja, as pessoas não merecedoras na opinião geral, na verdade são vítimas de si mesmas, são prisioneiras de suas limitações, não conseguindo viver sem compensação material ou uma bengala emocional.

Quando colocamos esses óculos da compreensão, a tal revolta se esvai ao percebemos que essas dádivas não são brindes da vida para quem não merece, são somente um socorro àqueles que ainda não evoluíram ao ponto de conseguirem viver encontrando suas próprias dádivas.

Ah, aquela pessoa egoísta e mesquinha ganhou ou tem condições de comprar coisas que você queria, mas não pode ter? Ou não ganhou? Não se revolte, afinal se ela não consegue dividir com os outros e usa isso como condição de superioridade, é somente uma fachada magnífica diante de um vazio interior.

Não me diga, aquele ser desprezível e grosso tem uma pessoa que o ama, independente dos defeitos? Tem filhos lindos e bondosos? Amigos e família? Que bom, ele precisa desse sentimento que não tem dentro dele e ao invés de distribuir amor, precisa miseravelmente viver do amor dos outros, para que um dia essa casca grossa se quebre e ele aprenda que pode (e deve) amar também.

Compreendeu?

Essas pessoas não são merecedoras, elas são necessitadas.

As prendas e o carinho que recebem não são porque são mais fortes e podem conquistar o mundo, o motivo é o contrário: são tão fracas que só tem o que recebem, não tem o que dar.

Entendemos quando testemunhamos uma pessoa boa e capaz, ter amor e receber os frutos do seu empenho.

Mas precisamos compreender aqueles que necessitam disso tudo para não chafurdar em um mar de desespero, não só destruindo a si mesmo, mas amargando a vida dos que o rodeiam.

Entender ajuda a assimilar a vida, compreender ajuda a respeitar a vida.

Se você tem as recompensas normais da vida, se as coisas vêm para o seu uso por esforço próprio ou por merecimento, se recebe amor por ser quem é, não por obrigação ou necessidade, sinta-se feliz.

Não importa se lhe falta acréscimo de coisas materiais, agradeça as coisas essenciais que possui.

Fique tranquilo se os amores da vida se vão, ou se as pessoas passam em sua vida por períodos curtos ou longos, se consegue amar e ser amado da forma que for e pelo tempo que tiver, agradeça por conhecer o amor voluntário e por conseguir retribuir esse amor.

Você pode não ser a pessoa mais rica materialmente, nem ter aquela prenda que queria tanto, pode não ter alguém que o leve pelo caminho ou que o idolatre, mas com certeza sabe que é capaz e sabe amar sem esperar nada em troca.

Eu não sei se atingi essa condição ainda, mas me sinto melhor por compreender o que acontece a minha volta e que cada um é agraciado pela vida segundo a sua necessidade.






novembro 05, 2015

Ao vento...

Já que a vida nem sempre permite apagar pessoas,

Desfazer o que foi feito,

Deletar palavras ditas,

Não sentir o que já fez morada dentro de nós,

Deixo hoje no vento, aquilo que não me preenche...

Sopro para longe essa insistências de quem só quer desavenças...

Deixa estar,

Se comigo não está,

Se com o que sinto

Não se faz meu par,

Deixa ir.

Vira a esquina,

Siga para outro horizonte,

Vou derrubar essa ponte,

Para que não venha mais até aqui.

Não há laço que resista,

Quando cada um puxa uma ponta,

Em sentindo contrário,

No prazo errado.

Vai, segue,

Não me iludo mais com você.

Prefiro o castelo de cartas que construo,

Do que o palácio vazio que tem a sua volta.

Vai,

Segue,

Deixo nosso eixo,

Separo nossas vidas,

Mas sigo aliviada,

Porque não mais me prendo aqui.

Deixa estar...

Deixa ir...